Sigo com as marés, errante!
Consumindo-me em chamas de loucura.
Já me habituei a ser eterna amante
Desfolhando a juventude em agrura.
À noite, ao me guiar pelas estrelas
Senti-me solitária como algumas.
Lançando a luz ao longe em desespero
Sem ter do céu resposta nenhuma.
Inflando a alma até que esmaeça
Espalhando pelo ar minha fuligem
Do alto olhando ao longe a natureza
Sem terra firme delirando de vertigem.
Uma só vez que ancorei minha jangada
Em porto nobre que apresentou-me porte
E tão breve e encantadora foi a minha estada.
Leve entregou-se fragilmente a própria morte.
Então a esmo e ao sabor do vento
Atiro ao mundo um sentimento antigo
Lanço garrafas com lacrado sentimento
Dorme com os anjos meu amado amigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário