domingo, 27 de fevereiro de 2011

O Espelho.



Que dor é essa
Que me devora
Por inteiro?

Que rasga o corpo
Parte a parte
E, assim que me recomponho,
Me volta a devorar?

Monstro titânico e grotesco
Que me invade.
E não me cabe,
Leva para longe
E desaparece.

Tenho medo,
E muito medo.
É de mim mesma
Que desejo fugir.

Corro para bem longe
Onde não há espelhos
Vôo alto em desespero.
Por fim, me deparo
Com minha face mais horrenda.

Queria que me pudessem ajudar.
Mas, toda mão é tão distante
E recolhida...
As minhas mãos
Só me querem
Reabrir as feridas.

Que medo é esse?
Que dor é essa?
E que tristeza
Mais perversa.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Non Dvcor Dvco.


Querer é fazer com que o acaso se ajoelhe perante a sua vontade.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Canto de saudade.


Chora coração que lava a alma
Pede perdão
Vê se, se acalma
Que o porvir há de ser melhor.

Gozei
Toda felicidade que sonhei.
Pra falar a verdade,
Você foi muito mais.
Tais quais os zelos
Que lhe dediquei.
Como as noites de insônia
Que lhe dei.

Pensei
Que essa felicidade seria pra sempre.
Que o amor todo tempo estaria presente.
Mas, a gente mudou
E algo se perdeu.

Chora coração que lava a alma.
Pede perdão,
Vê se, se acalma.
Que o porvir há de ser melhor.

Chora coração,
Que seu pranto não há de ser em vão.
Canta a dor de sofrer
Pra todo o povo
E, o Sol há de raiar de novo.

Aurora
Mãe de toda paixão que aflora.
Leva mágoa do peito embora
Ela vai me fazer crescer.

Todo sentimento é necessário.
Se tiver que sorrir ou ao contrário.
Sei que todo o mal
Vem para o bem.

Chora coração que lava a alma
Pede perdão
Vê se, se acalma
Que o porvir há de ser melhor.

Vertigem.


Sigo com as marés, errante!
Consumindo-me em chamas de loucura.
Já me habituei a ser eterna amante
Desfolhando a juventude em agrura.

À noite, ao me guiar pelas estrelas
Senti-me solitária como algumas.
Lançando a luz ao longe em desespero
Sem ter do céu resposta nenhuma.

Inflando a alma até que esmaeça
Espalhando pelo ar minha fuligem
Do alto olhando ao longe a natureza
Sem terra firme delirando de vertigem.

Uma só vez que ancorei minha jangada
Em porto nobre que apresentou-me porte
E tão breve e encantadora foi a minha estada.
Leve entregou-se fragilmente a própria morte.

Então a esmo e ao sabor do vento
Atiro ao mundo um sentimento antigo
Lanço garrafas com lacrado sentimento
Dorme com os anjos meu amado amigo.

Lascívia

Eu gosto é da saliva. E tudo mais de bom que possa vir da tua língua.

Gosto do cheiro e, do tesão que me provocam seus cabelos.
Que o teu olhar me gele e, que me esquente só em tocar na sua pele.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Desérticos.

Abram-se as portas!
Pelo amor de Deus, uma só chave de um coração.
Mocinhas correm semi-nuas com decotes suados e por todos os lados a sede se espalha.
Buscam pescoços molhados para acalmar a sede.
O desejo ardente declarou-se urgente e distribuídos seguem os beijos quase indigentes.
Salivas frescas se escondem em raros oásis, na maioria são miragens.
Onde está a boca fresca que me permita repousar a língua?

Os Surdos.


Para falar aos surdos
Faltam-me palavras.
Ainda penso, mas recolho o lábio.
Sou só suspiro lamentando o meu legado.
Sou só desmaio de tédio e de saudade
E me espreguiço, estico o braço.
Jogo o laço que ninguém enlaça.

Um Antigo Retrato.

É tudo.
Só uma foto antiga
Uma vontade, uma saudade,
Um frio na barriga.

Foi tudo uma infantilidade.
Imaturos, destemidos,
Escravos da idade

Fomos pródigos e inconseqüentes.
Instáveis e medrosos.
Organizando um mundo demente.

Justamente como disse calado.
Todas as coisas e as pessoas
Estão nos lugares errados

É tudo uma vontade,
Um mimo, uma manha
Fruto da nossa vaidade.

Foi querer demais.
E, não mover um dedo pela conquista.
Tenho que te esquecer.
Até a vista.

Menino meu.

Descansa teus sonhos de menino
Nada acontece se agente não quiser
Deita no meu colo
Eu te consolo.

Estando com você nas duvidas
E as dívidas com o mundo
Trata de esquecer.

Vê se descansa teus sonhos de criança
Deixa a lembrança e a fantasia
Nos tecer.

Toda essa vida que levamos
Fere-nos os joelhos
E nos faz crescer.

Caímos no tempo errado
Nos braços um do outro
Você tão louco
E eu louca por você

Agora entende.
Toda força que te mostro
É do tamanho do meu medo
De te perder.


Para Te Ter

Te olhar rouba a razão do meu domínio.
Impossível retirar os olhos
Se é por ti que tenho verdadeiro fascínio.

Vem provar comigo o furor desse momento.
Que esses versos são palavras,
E o que sinto é sentimento.

Eu sei que vai cortar-me o peito lentamente.
Te olhar então me basta.
Para te ter completamente.

Top 3 + populares.