sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Nonsense

Já não há quem seja capaz de iluminar um olhar vítreo e opaco.
Nem de resgatar um coração árido e eremita.
Jamais haverá amor, enquanto não houver quem seja amável.
É tudo artificial e hostil.
E a dantesca humanidade perece doentia e pedante.
Alienada por uma muralha ideológica.
Amaldiçoada por uma visão turva e limitada.
A rotina esmagadora de ossos, pesa nos ombros tal qual um mundo de turbulentos questionamentos.
Nada disso importa.
Posto que a existência é carente de qualquer propósito.
A questão não é desistir ou persistir e sim porque fazê-lo.
Não há resposta.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Passeios de Outono

Penso que a vida é cruel.
Há vezes em que mal posso suportá-la
Outras em que nem ela me suporta.
Penso que o mundo exterior oprime
E que as pessoas não entendem o que digo.
Então escrevo, para documentar a ignorância.
Gosto de escrever sempre que chove
E esta chuva se apresenta mesmo nos dias ensolarados
Enfeito com belas palavras tudo que é feio,
Como quem faz arte com ferrugem.
Sinto que sou como estas folhas
E logo o vento as sopra destes galhos.
Penso que só o papel entende
Que as belezas que escrevo
Só vêm glorificar o meu declínio.

(Por Elisangela Lima)

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