domingo, 22 de abril de 2012

Dormir para não sonhar.

O momento mais sublime do sono é, aquele em que não se sonha. Em que simplesmente se deixa de existir.
É quando fico tão longe de mim que nem me lembro que me conheci um dia.
Não gosto muito da minha companhia, uma pena que dure tão pouco esse momento em que não existe o tempo.
E o corpo? Essa carcaça pesada que estou fadada a arrastar comigo aonde quer que eu vá?
É tão bom se libertar desse fardo que até consigo me lembrar desse momento que não há consciência e, sinto saudade.
Eu penso demais, a isso devo a delícia de não pensar.
Tenho os pés bem fincados no chão e a cabeça a esmo nas nuvens. A esse absurdo dedico essa constante maresia.
Não consigo parar de pensar, preciso de respostas e não paro de me perguntar.
Porquê, por quê, porque, por que. As quatro maldições. Nestas palavras habitam a salvação do mundo e declínio que martiriza a mente daqueles de espírito insasciálvel.
Estou fadada a perguntar pra sempre. E nem o sono se aproxima enquanto a dúvida me consome.
Ouvi dizer que o sonho nos traz certas respostas.
Termino por sonhar acordada e, também ter pesadelos dos quais não posso despertar.
Pés no chão, cabeça nas nuvens. A febre consome nas horas a fio dessa noite infinita.
Quanto mais profundo o pensamento, mais dentro de mim. Quanto mais dentro de mim, mais fora de mim.
O espírito que não se satisfaz carece de prazer e é nessa lacuna que se abrigam a dor e a angustia.
Quando impera a escuridão, reina o caos e, o pesadelo devora com violência voraz na noite infinita. 
Preciso dormir pra não sonhar.




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