sexta-feira, 28 de maio de 2010

Delírio Infante.

Cantando a vida, como o cisne a morte.
BOCAGE


Deitadas sob a laje as inocências frias.
A nau errante que no ocaso se perdia
Levava a dor do rebentar do siso.
Mera lembrança era o que continha.


Petrificada sobre o vale santo
Como uma estátua que a sepultura expia
O olhar desmaia sobre o solo em prantos
Como sem Sol, o girassol dormia


Olho o passado qual quem olha a morte
Desprendendo por ela certo afeto
Levando às mãos o coração tremido
Que se partiu perante ardido veto


Quando criança em berço encantado
Jamais sonhei com semelhante alcova
Lançada a sombra da razão gritava:
- Não há braço tão longo, que me resgate desta cova.

domingo, 23 de maio de 2010

Desconfio

Desconfio pois,
Quem me confia em segredo
Os segredos dos outros.
Confia meus segredos
Em segredo para os outros.

domingo, 2 de maio de 2010

Mal estar.

Acho que estou doente.
Por certas vezes consigo inflar os pulmões e bradar aos quatro ventos toda a minha angústia.
Mas é posto que o lirismo tem fôlego curto e, logo me acomete um desespero asmático.
E um gosto amargo vem à boca.
De onde vem esse mal-estar?
Um colossal desejo de gritar, um zumbir nos ouvidos...
Não compreendo as maldades implícitas do cotidiano.
Acredito que o mundo esteja apenas confuso.
Esse mundo que eu não entendo.
Não o vejo melhor no passado, nem assim o antevejo no futuro
Falta-me ar!
Dizem que a minha angústia será breve, que tudo ficará bem.
Não agüento mais jogar paciência.
...e tomar anti-ácidos.

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