terça-feira, 25 de agosto de 2009

Flores


As são flores sádicas
Existem flores que bebem água
Que se nutrem da tristeza
E das mágoas

Existe a flor
Que nos lambe
Ao nos ver sofrer
Se nutre de sangue

Existe a faminta
Que nos dá mordidas
Feroz nos ataca
O núcleo da vida

Também as sementes
Que espalham com vento
Dos nossos suspiros
De descontentamento

No vale em mim
Brotam sádicas flores
Que crescem tão lindas
Nutridas de dores.

(Por Elisangela Lima)

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Tardes moribundas



Ao vento pousa a folha vadia
E todos os fins de tarde
Celebram o morrer do dia

Sento a margem deste rio de mágoas
E em cânticos doridos
correm velhas lágrimas

A memória morta numa vala
Quis romper num grito
Do silêncio a malha

Os ventos vagabundos
Me fazem delirar
Em devaneios profundos

Vendo ao longe o porto
Lembro-me do teu corpo
Hoje inerte e morto

E ao chamar teu nome
O silêncio inunda
Essa tarde moribunda

Neganto-te a rima
Te libertei...
Sem que a falta de egoísmo me redima.

(Por Elisangela Lima).

Trilhas enevoadas (Felipe Coelho)

Cadê essa manhã avassaladora que surge e alaga tudo em luz?
Cadê essa noite das noites que surge e apaga todos os caminhos?
Cadê essas veredas onde as folhas úmidas refletem o sol
e a luz tece teias feitas de pólen e de aranhas?

Onde estão os mapas de tudo isso?

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O Mito da Ilha - Papai Noel o deus dos adultos.

Certa vez em um navio, viajavam mulheres e crianças para um evento em um lugar longínquo.
As crianças entre três e oito anos e as mulheres já idosas, professoras deste grupo.
Sem muitas redundâncias adianto que uma tempestade absurda os surpreendeu no meio deste passeio paradisíaco, no meio do oceano.
Eis que logo os poucos homens que eram os marinheiros, lutaram para salvar - como manda a regra - primeiramente às mulheres e crianças tripulantes.
Após fortes ventos e ondas de quatro ou cinco metros, poucos restaram, aqueles de corpo mais leve foram lançados para uma ilha deserta.
Lá alguns marinheiros puderam ensinar modos de sobrevivência aos náufragos famintos e desesperados, porém, com uma maioria de crianças e entre os adultos uma maioria de mulheres, logo que o controle e domínio foram femininos, as mulheres sabiam a importância de manter vivas as crianças não imperando ali a lei do mais forte.
Com o tempo, já sem esperança de ser encontrados, haviam pessoas em cabanas improvisadas ou que se abrigavam em cavernas, uma sociedade se instaurou naquele lugar.
Eis que se criaram calendários e, com isso, para amenizar a dura vida que levavam também houve uma tentativa de se manter a cultura e costumes daquelas pessoas, com festividades e datas comemorativas.
Dentre essas datas, uma que era eleita a mais apreciada pelas crianças, o natal. Elas chegaram lá, ainda com a ilusão de que Papai Noel existia.
Décadas se passaram, sem que essas pessoas tivessem novo contato com a civilização, as crianças cresceram, tiveram filhos, os primeiros adultos morreram, sem muita demora, pois não havia remédios.
Certo dia decidiu-se que poderia haver um totem em homenagem ao Papai Noel, já que desde que seus velhos se foram, ele já não mais os visitava.
Acreditou-se em ira ou revolta por algum mau comportamento, vista que os adultos em grande maioria morriam de doenças.
Papai Noel se tornou um deus, para o qual se dava mérito a tudo que acontecia de bom e ruim e, para quem se fazia pedidos em busca de realizações mágicas de seus desejos.
Pois bem, eles nunca souberam que Papai Noel jamais existira.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Do machismo e feminismo


Hoje, como normalmente ocorre, eu seguia minha viagem pensativa.

Pensei sobre a força e os motivos que movem o machismo e, que nos lança vendas e viseiras nos olhos, além de com o tempo nos pôr uma cela e cavalgar-nos mansamente.

É isso que vejo por todos os lados, conduzindo a nossa sociedade patriarcal.

O primeiro diz, que as mulheres vivem em função dos homens, que não têm amizades verdadeiras pois, com os homens, sempre há uma segunda intenção e com as mulheres há competitividade.

No machismo somos vistas como seres vis, que competem e utilizam de todas as artimanhas para conquistar/dominar um homem e que somos submissas a eles, apenas vivemos para agradá-los e só podemos ser felizes se por eles formos desejadas.

Bem, eu vejo esse fenômeno de outra forma, tenho sim amigas e as melhores, comigo só caminham verdadeiros tesouros, pessoas fiéis e companheiras, tenho amigos também só para não deixar lacunas.

Entendo que toda e qualquer sociedade têm e necessita ser matriarcal, afinal, os homens sim é que vivem através e pelas mulheres.

É bem óbvio e, até alguém de inteligência medíocre como eu pode perceber. Os homens todos, independente do que façam de suas conquistas o fazem por nós.

Um homem trabalha e anseia uma boa vida, um carro ou crescimento intelectual, tudo isso para conquistar o tipo de mulher que lhes agrada.

Os homens, são bastante simplórios e suas intenções são facilmente perceptíveis para qualquer idiota, nós somos a maior ambição de suas vidas, eles nos exibem como troféus, como a maior conquista, somos nós que fazemos com que eles se sintam os mais virís ou os mais fracassados.

Com a mulher objeto de desejo, um homem se torna a criatura mais plena que existe.

Já nós, somos mães de nossos filhos e maridos, focamos os homens como meio de um objetivo que varia infinitamente e nesse processo temos o sexo oposto como ferramenta ou parceiro.

A sociedade patriarcal é perversa, feita de constante disputa e controle, onde nada pode ser dado, tudo deve ser conquistado à duras penas e geram-se os infinitos "pra quês" e "porquês disso". Por natureza os homens têm o poder do fogo destruidor que como lado bom tem a renovação.

Por outro lado, uma sociedade matriarcal, seria mais branda e compreensiva, onde há colaboração e formação digna, as mulheres moldam o caráter humano e têm a capacidade de administrar os acontecimentos evitando os conflitos desnecessários, mas sabendo também quando a força destrutiva masculina deve ou pode ser utilizada

O lado bom disso? Os homens são dependentes de controle que equilibra o racional e emocional, o melhor para eles e para a sociedade seria que fossem títeres das mulheres.

P.S.: Eu, particularmente utilizaria a força masculina para destruir as mulheres machistas que criam homens e mais mulheres machistas, espalhando seu veneno e vendando os olhos da sociedade e provocando uma "evolução" sentido ao declínio que nos torna a cada vez menos humanos e mais máquinas ou animais.

domingo, 16 de agosto de 2009

A Chance Perdida

Se eu tivesse dito
Que é amor que sinto
E arriscado a ser feliz ou infeliz contigo

Se não tivesse calado
E ao menos com a cabeça
Eu tivesse acenado

Eu sabia o que estavas pensando
Se não deixasse tu pensares
Que havia te usado

Se meu passado não fosse tão sofrido
talvez então contasse
Que tu eras mais que amigo

É triste ficar
E é tão duro calar
E é mais triste lembrar

Esse gelo queima o peito
O sentimento agoniza
Neste meu sufocamento.

Fissura

Como eu desejo

Teus olhos e teu sorrio

E teus beijos...

E a cada vez que os músculos de tua face se contraem

Sobe-me pela espinha um arrepio inciso

Meu coração sem motivo descontrola...

Sim, eu aguardo um sorriso

E quando choras?

Ah que belas emoções...

Mil corações não poderiam suportar o que o meu guarda.

sábado, 15 de agosto de 2009

Sem Título


Ele entra pelos olhos
Boca e ouvidos...
E aquece a ponta dos dedos
Depois os queima
Nos cega e ensurdece
Anula o tato e o paladar
Amarga a saliva
Mastiga as entranhas
Eu me contorço, como um rato envenenado
Aqueles que me querem ver morta
Assistam enquanto me afogo no meu sangue.

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