domingo, 25 de maio de 2025

Casinha coberta de musgo.



Na casa antiga de madeira e musgo, Morava a docura em forma de dois Um casal que abria portas ao mundo. Ali, palavras dançavam em copos, Versos sorviam a luz da razão, Na praça de pedra, sob o sol do tempo, A arte se fazia ecomunhaoão. Mas o chão, ah, o chão era vida e prova, De lagartas, formigas e ilusão. Pisava-se leve, evitava-se a dor, Num lar feito altar de devocão. Era homenagem ao poeta ausente, Que vinha e ia, sem pertencer. Eles o amavam com fé inocente, Mas ele só vinha livrar-se do tédio, E à devoção era indiferente. Municiada com palavras brandas, Tentei alertar sem ferir a criança, O poeta não via o que ali se ofertava. Mas o olhar era puro demais, que cegava, Fugi dessa casa, do chão que rastejava, Dos sonhos que doíam em sua mansidão. E deixei no vento a semente do aviso, Com amor, com dor, e com compaixao.

Top 3 + populares.