quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Ouro dos Tolos






Nunca me senti tão só.
Nadando contra uma torrente humana tento não me afogar.
O meu cavalo se rebelou pelo deserto.
Minha espada e meu escudo já não levanto.
E nem na areia ouso escrever quem sou.
Sobre quantos corpos hei de caminhar
Antes que eu mesma me torne um cadáver?

Sob diversas cicatrizes abrigo ainda ideais que tatuei
Para me lembrar do meu destino.
E esses mapas borrados de lágrimas
Já não me servem de nada.
Não posso me guiar por uma turva visão.
E a fada morta em minhas mãos
Se parece comigo quando criança.

Sei que o começo de tudo
Não foi há muito tempo atrás.
Eu me pareço com os animais
Que simplesmente são.
E sem qualquer intenção eu busco o ouro dos tolos
Sem que necessariamente eu queira lutar com alguém

Nado contra um mar de gente estranha
É tanta gente estranha e tanto pó
Nunca me senti tão só
Buscando ilusão tamanha.

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