sábado, 12 de dezembro de 2009

Do Crepúsculo


Quando os olhos cobertos do véu noturno
Sem que no crepúsculo qualquer sombra se distingua
A densa escuridão quase palpável me abraçar
E na solidão, eu for jogada a míngua...

Quando o coração for tão pesado
Que já não possa mais bater por nada
Que seja um fardo viver tendo de levá-lo
Que o peito gema a cada madrugada

Quando o olhar inexpressivo
For o molde do horror pitoresco
Numa irreversível letargia
De um sofrer dantesco

Quando então, a alma declinar
Ao chegar do ocaso eterno
E o tilintar de um seio triste
Sucumbir ao mais cruel inverno...

Desaguarei num pálido delírio
Que ramifica e busca fulcro
Em devaneios cheios de martírios

Meu coração, num palpitar de cunho pulcro
Dará o tom à lira dos meus versos  tírios.
Que tomarão meu coração, por seu sepulcro.

Um comentário:

  1. é lindo
    e incrivelmente plástico
    é uma sensação quase palpavel mesmo
    e bastante visual e forte

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