Cantando a vida, como o cisne a morte.
BOCAGE
Deitadas sob a laje as inocências frias.
A nau errante que no ocaso se perdia
Levava a dor do rebentar do siso.
Mera lembrança era o que continha.
Petrificada sobre o vale santo
Como uma estátua que a sepultura expia
O olhar desmaia sobre o solo em prantos
Como sem Sol, o girassol dormia
Olho o passado qual quem olha a morte
Desprendendo por ela certo afeto
Levando às mãos o coração tremido
Que se partiu perante ardido veto
Quando criança em berço encantado
Jamais sonhei com semelhante alcova
Lançada a sombra da razão gritava:
- Não há braço tão longo, que me resgate desta cova.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
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Como sempre suas imagens me tocam.
ResponderExcluirE esse passado citado grita a se confundir com seu eu lírico nos meus próprios dias sem sol.
Muito belo, incrivelmente estagnado na tristeza que não cessa.