terça-feira, 29 de junho de 2010

Lábios lacrados


Na fonte do ser
De peito amarrado
Só, eu aqui estou
De lábios lacrados.

Em busca de pistas,
E falsas pegadas
Só, eu aqui estou
De mãos amarradas

Perco-me nas sombras
Das negras ciladas
Perdida em caminhos
Perdida no nada

Ardil é o homem
Que me nega a fala
De lábios lacrados
Recito piadas

Minha face pautada
Descreve saudades
Dos doces sabores
Da imaturidade

Se julgam blasfemos
Meus versos errantes,
Protesto em silencio,
Por ventos uivantes.

Um comentário:

  1. Perder-se. Buscar. Calar.
    E clamar pelos ventos uivantes! Seria pedir à natureza que exalte seus sentimentos não demonstrados? Ou quase não demonstrados?
    E se teus versos são blasfêmias (blasfêmias adolescentes), eu há muito já desconfiara que o vinho é sempre mais doce nos anos de pouca maturidade. Do mesmo jeito que as paixões são mais fortes, e as dores mais agudas.

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